terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Nada tão humano como a solidão

Ela nos assombra, até aqueles que se dizem mais fortes e que não têm problemas em ficar sozinhos. Acontece que a solidão não é apenas ficar sozinho. Podemos passar um fim de semana trancados em um apartamento, podemos passar meses longe de casa, meses sem namorar, anos sem ter alguém especial, mas solidão é algo maior, e é justamente esse algo que nos aflige. Se você teme a solidão, saiba que a maior parte das pessoas também sentem (embora muitas não assumam ou ainda não tenham pensado nisso).
Se você anda se sentindo muito só há dois caminhos, não excludentes:
(1) Entrar em contato consigo mesmo, com as suas próprias questões, com os seus medos, suas dores, suas fantasias, com aquilo que tanto você teme, ou seja, você mesmo. Solidão tem a ver com isso, tem a ver com o fato de estarmos cara a cara, em uma distância um pouco incômoda daquilo que nos afeta. Muitas pessoas não param em casa e estão sempre rodeadas de pessoas, não porque gostem disso, mas porque não conseguem ficar sozinhos, não conseguem ter essa importante experiência, não reservam um tempo para amadurecerem.
(2) Entrar em contato com o outro. Há pessoas solitárias e que temem a solidão (ou a sentença que ela encerra), mas acabam se fechando, não abrindo espaço, não permitindo, não deixando brechas para que qualquer outra pessoa entre, peça uma informação, tome um café ou outra coisa qualquer. Essas pessoas não se permitem, não têm posssibilidades à mente, acabam entrando tanto em si mesmas que não mais se enxergam, fecham-se até aos próprios sentimentos. Precisamos do outro, isso é fato. Não precisamos necessariamente de um amor. Mas precisamos nos sentir bem, precisamos ser aceitos, compreendidos, acarinhados. Algo bem básico e que a gente esquece, com medo de parecer fraco.
Solidão não é coisa de fracos, é coisa de humanos, então não se preocupe pelo que está sentindo. Mas se você não está conseguindo viver por medo disso ou por deflagrar que a sua vida tem sido assim, pode ser o momento de mudar, de fazer diferente, de abrir a janela no meio da noite, de deixar a brisa entrar, o amor chegar e a vida florescer. Tente, deixe um pedacinho de pano descoberto no seu coração, permita-o pulsar por você e pelo outro que você escolher. Devagar, sem pressa, sem medo, mas com a urgência e o cuidado que a sua vida merece.

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